sábado, 19 de setembro de 2015

Sou viciada por pessoas.
Verdadeiramente obcecada por elas.
Não é raro me pegar observando-as
Seus perfis, seus olhos e olhares
Seus pelos, seus cabelos, suas expressões
Suas cores, seus hábitos, seus arrepios
Seus sorrisos e seus dentes

Cada fenda em suas mãos é viciante
O que pegaram?
O que amaram?

Sou autora da história de cada um
Veja, por exemplo, aquela mulher velha
Aquela mesma, com a áurea azul-escuro e cabelos arrepiados
Sabe o motivo daquele vinco ao redor dos lábios?
Já sorriu muito uma época
Hoje, lhe restou só a cicatriz
que o tempo fez questão de deixar
como se fosse um porta-retrato

E aquele homem
Ainda tão novo para uma coluna tão arcada
Quem sabe quanto peso da vida já suportou?
Tenho pra mim que é infeliz com algo
Algum trauma de infância, talvez?
Quem sabe?
Também não tenho certeza
Pois da história da vida,
sou só narrador observador






terça-feira, 30 de junho de 2015

Em mais uma daquelas lástimas imortais quase que diárias, subitamente me dei conta de que, não importa quais fossem minhas escolhas, tudo aquilo era inevitável. Era um daqueles momentos que dizem que precisamos passar para nos tornarmos pessoas melhores, mas, infelizmente, comigo foi o inverso. Me tornei tudo aquilo que um dia repudiei. E claro, me tornaria da mesma forma. Se não pelas cicatrizes que o caminho em busca dos meus sonhos causou, seria por reprimi-los. Por isso prefiro acreditar na teoria do inevitável.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

De mim para eu mesma.

Meu coração,tão frágil,não se engane.
lembra-te da amargura das palavra desperdiçadas pelas bocas dos beijos bons
segura esses pés no chão enquanto a mente voa,menina.
não crie casos,pois amores não são feitos de criados,são feitos de acasos.
(se é que são feitos de algo)
      (se é que são feitos)
          (se é que são)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Enquanto ele dormia,ela desenhava no ar os traços daquele rosto deveras bonito.
A tarde se despedia,a noite chegava lenta,como quem não quer atrapalhar.
Mas o tempo,meu amigo,como já disse o poeta,o tempo não para.
Pensou nisso como algo bom.
Já contava os segundos para vê-lo novamente. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

E então chega aquele momento,entre soluços e lágrimas,que você percebe que nada mais adianta.Lenta e dolorosamente o fim se aproxima,vestindo preto e exalando dama-da-noite.